Dona Neném
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Dona Neném
Dona neném,a professora da minha classe,foi quem primeiro me entrou no coração.
Vinte e quatro anos,pouco mais ou menos,leve,magrinha,pequenina,e olhos pardos e grandes.Um rosto bonito e tranqüilo e um riso tranqüilo e bonito clareando-lhe o rosto.
Eu nunca tinha visto moça mais linda.E tão forte impressão ela me causava com a sua beleza que eu tirava constantemente os olhos dos livros para ficar minutos esquecidos a olhá-la.
Ela,porém,me advertia:
-Não se distraia,menino!...
Era uma criatura doce,delicada,suavíssima.Assim,miudinha,misturada ali conosco,podia-se pensar que fosse nossa irmã mais velha.Fazia-se respeitar porque se fazia estimar.
Não ralhava nunca.Apenas nos olhava com aqueles olhos grandes e serenos.Bastava aquilo para que nos sentíssemos arrenpedidos e envergonhados.
Mas,quando a falta era grande,além do olhar,ela nos contava uma história.Quase sempre uma fábula ou um apólogo,com um moral que mostrava o erro cometido.
Viriato Corrêa,Cazuza,1978
Assinar:
Postar comentários (Atom)

0 comentários:
Leave a Reply